CARMEM PORTINHO: PATRONA DO URBANISMO

A engenheira e urbanista Carmem Portinho foi declarada patrona do urbanismo no Brasil por meio da lei federal nº 14.477, de 15 de dezembro de 2022. A homenagem faz jus à trajetória marcante de Carmem Portinho na história contemporânea e inspira a luta por igualdade de mulheres no Brasil e no mundo.

Carmem Velasco Portinho nasceu em Corumbá, Mato Grosso do Sul, no dia 26 de janeiro de 1903, e a família mudou-se logo em seguida para o Rio de Janeiro. Formou-se engenheira civil pela Escola Politécnica da Universidade do Brasil, em 1926. Um ano depois, esteve entre as fundadoras da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas e foi a primeira presidente da entidade.

Carmem Portinho (1903-2001) teve presença fundamental nas lutas por direitos políticos, cidadania, reconhecimento profissional e por igualdade entre mulheres e homens no Brasil nas décadas de 1920 e 1930. Atuou no movimento do sufrágio feminino junto à Bertha Lutz e participou das atividades da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, chegando à vice-presidência da organização.

Na década de 1930, realizou o primeiro curso de urbanismo do Brasil. Em seguida, foi contemplada com uma bolsa do Conselho Britânico para trabalhar na Inglaterra junto às comissões de reconstrução e remodelação das cidades britânicas devastadas pela Primeira Guerra. No retorno ao Brasil, Carmem introduziu o conceito de moradia popular no país quando sugeriu ao prefeito do Rio de Janeiro a criação de um Departamento de Habitação Popular. Foi nomeada diretora do departamento recém-criado.

A partir daí, nos anos de 1950, Carmem Portinho idealizou e propôs a construção do conjunto residencial Pedregulho, em São Cristóvão, Rio de Janeiro, que teve projeto de arquitetura de Afonso Eduardo Reidy. Carmem foi designada também engenheira responsável pela construção do conjunto residencial da Gávea. Dirigiu a construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM, e foi diretora da Escola Superior de Desenho Industrial – Esdi, entre 1967 e 1988.

Texto retirado do site Arquivo Nacional 

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