UMA PEREGRINAÇÃO DE FÉ PELO CAMINHO DA LUZ

Para fugir da correria e do estresse do dia dia das grandes cidades, encontrar paz de espírito e ficar com a mente serena mais de 3 mil peregrinos percorrem anualmente o “Caminho da Luz”, também conhecido como “Caminho do Brasil”. São visitantes de várias partes do Brasil e também de turistas estrangeiros. O percurso é feito a pé, de bicicleta ou a cavalo, roteiro ideal para quem gosta da busca do autoconhecimento e de debruçar sobre a irradiante beleza natural.

O caminho nasceu em 2001, fruto da experiência do escritor e jornalista Albino Neves após suas andanças pelos circuitos do Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), de Aveio à Fátima (Portugal), pelos Passos de Jesus (Israel e Palestina), no Caminho de Petra (Jordânia) e no Caminho dos Sacerdotes Incas (Salkantay / Macchu Picchu). A rota brasileira se estende de Tombos, divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, até o Pico da Bandeira, divisa de Minas com o Espírito do Santo.

O percurso de aproximadamente 200 km é todo sinalizado por setas amarelas e placas indicativas. A paisagem é rica e durante o trajeto os participantes passam por estradas de chão, cachoeiras, matas fechadas, reservas florestais e fazendas centenárias com casarões do século XIX.

A peregrina Kátia Esteves, de São Paulo, conta que decidiu percorrer o caminho porque estava a procura de paz interior e de respostas para perguntas pessoais. “A beleza do Caminho da Luz é algo estonteante, as montanhas e planícies tapavam o infinito e davam a tranquilidade que eu tanto buscava”, relata Kátia.

Os moradores da região também estão sempre dispostos a ajudar. “Desde o primeiro momento as comunidades aderiram ao Caminho da Luz e hoje todas tem orgulho de pertencer à rota de peregrinação”, conta Albino. A peregrina Giovana Souza, de Belo Horizonte, relata que a relação entre os caminhantes e a comunidade foi um grande presente do caminho. “Aquela recepção de Catuné, nunca vou esquecer. Café, mandioca frita e bolo caseiro, tudo feito de boa vontade pela comunidade para nos ajudar”, diz Giovana.

O TRAJETO

No primeiro dia de caminhada a pé o roteiro vai de Tombos a Catuné. Já o segundo dia, o trajeto é de Catuné a Pedra Dourada, passando pelo distrito de Água Branca. O terceiro dia é conhecido como o dia das águas, pois de Pedra Dourada a Faria Lemos o caminhante percorre todos os 25,2 km ao lado das águas que nascem no alto do Cafarnaum. Nesse dia, passando pela Serra dos Cristais, é possível ver o trecho caminhando nos primeiros três dias e também o trecho a ser percorrido no dia seguinte, que liga Carangola a Espera Feliz.

O município de Ernestina é o local considerado como Santuário do Caminho da Luz devido ás várias paredes adornadas com samambaias, bromélias e avencas, além das diversas minas de água cristalina e minas de cristal.

No último dia o caminhante passa de Espera Feliz ao Alto Caparaó, avistando as paredes da Serra do Caparaó, onde se encontra a “Montanha Sagrada do Brasil”, o Pico da Bandeira (2.892 metros), que é o terceiro mais alto do país. Para isso, deve-se caminhar 18 km (ida e volta) da Tronqueira até o topo do Monte.

PARA SE AVENTURAR

Todo ano a Associação Brasileira dos Amigos do Caminho da Luz (ABRALUZ) promove no início do terceiro domingo de julho uma caminhada coletiva. E ao longo  a operadora de turismo Rastro Luz faz várias mini caminhadas coletivas.

Para ser um caminhante, ciclista ou cavaleiro da luz é necessário preencher um ficha de inscrição no valor de noventa reais (referente ao seguro saúde) e receber a credencial, que é carimbada em cada local de pernoite, atestando a participação. Ao final do caminho o participante também recebe o certificado.


Mais informações no site do “Caminho da Luz”: www.caminhodaluz.org.br

Fonte: Revista de Minas.

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