DESENVOLVIMENTO E TURISMO SUSTENTÁVEL

A conservação dos recursos naturais nas últimas décadas tem sido considerada um grande problema para o desenvolvimento das atividades no mundo. Então, a busca de uma alternativa para compreender a complexidade do meio-ambiente se fazia necessário diante das transformações que estavam e que estão ocorrendo.

Foi a partir dessas problemáticas que a Conferência de Estocolmo (1972) ocorreu, discutindo questões entre o ambiente e o desenvolvimento e sendo o primeiro encontro de grande escala a discutir essas questões. Porém, apenas em 1987 foi difundido o conceito de Desenvolvimento Sustentável através do Relatório Brundtland, chamado de “Nosso Futuro Comum, em que a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCDE, Word Commission on Environment and Development, 1987) o definiu como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do tempo presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazer suas próprias necessidades”. Este documento foi consolidado na Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (1992), onde foram incorporadas dimensões sociais, culturais, éticas, ecológicas e econômicas.

Assim, foi a partir da conferência de 1972 para Faria (2001), que o termo desenvolvimento sustentável teve uma abrangência mais ampla:

“Considerar a sustentabilidade apenas do ponto de vista ecológico é um erro tão grave quanto restringi-la ao econômico e social ou o cultural. Ao longo do prazo ndaa se sustenta por parte, mas no todo”. (FARIA, CARNEIRO, p.26, 2001)

A sustentabilidade é totalmente incompatível com o desenvolvimento desordenado, portanto, é preciso ter um equilíbrio nas diversas partes envolvidas, mesmo em uma sociedade capitalista, onde a questão da lucratividade é uma questão primordial e a existência de perdas e ganhos está inserida nesse contexto. Dessa maneira, a sustentabilidade dos recursos naturais para Faria (2011) é dada assim:

“O conceito de sustentabilidade pode, portanto, ver-se transformando em uma questão mais política que ambiental, reflexo de conflitos e da pluralidade de atores envolvidos, muitos deles afetados, ou mesmo responsáveis, por episódios de degradação ambiental”. (FARIA, CARNEIRO,. 2011, p.16).

Então, isto faz que as negociações se tornem cada vez mais complicadas e dependentes de várias personalidades e da força social de cada um possui. Portanto, não é necessário apenas desenvolver um modelo de desenvolvimento mais responsável para um determinado local, e sim conseguir o apoio da maioria das pessoas envolvidas com a atividade.

Já o conceito de turismo sustentável é assim definido por Martins (2003, p. 4):

“... o turismo sustentável é aquele que atende as necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a possibilidade do usufruto de recursos pelas gerações futuras... É um conceito ligado diretamente ao conjunto de atrativos naturais, básicos do sistema turístico e dos atrativos turísticos culturais, considerando o potencial de geração de emprego e renda e a conseqüente melhoria das condições de vida da população.”

Para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 1995) define turismo sustentável como aquele ecologicamente sustentável, de longo prazo, é economicamente viável, como a ética e socialmente justa para as comunidades locais. Exige a integração com o meio natural, cultural e humano, respeitando as diversas fragilidades que caracterizam muitos destinos turísticos.

Swarbrooke (2000, p. 3) trabalha com seis atores envolvidos no turismo sustentável, que denomina de conjuntos-chave, e o vínculo entre o mesmo em uma visão do sistema turístico: o setor público (órgãos supra-nacionais, os governos nacionais, as autoridades locais...), a atividade turística, as organizações de terceiro setor (ONG’s), a comunidade local, a mídia e o turista.

Referências:
 
FARIA, Dóris Santos de; CARNEIRO, Kátia Saraiva. Sustentabilidade ecológica no Turismo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. 96 p.

MARTINS, S. R. O. Desenvolvimento local: questões conceituais e metodológicas. Interações. Campo Grande, v.3, n.5, p.51 – 58, setembro de 2002.

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