CARNAVAL DE TODOS OS RITMOS


 
O carnaval é muito mais que a maior festa popular no Brasil, é a junção de todos os ritmos e todos os credos de cada região do país. É uma festa que reúne a opulência dos desfiles das Escolas de Samba do Rio e de São Paulo, da tradição e diversidade dos blocos carnavalescos das grandes e pequenas cidades, o desfiles dos bonecos de Olinda, dos trios elétricos agitados com seus grandes artistas em Salvador. O carnaval brasileiro é simplesmente feito de todos e para todos.

Um dos carnavais mais famosos do Brasil, o do Rio de Janeiro, está em constante intensidade. O desfiles das Escolas de Samba na Marquês de Sapucaí vai contar com grandes forças do carnaval carioca, como a Beija-Flor de Nilópolis, contando a história da figura do Marquês de Sapucaí, além das tradicionalíssimas Salgueiro, Portela, Imperatriz e Mangueira. O carnaval de rua do Rio pode ser considerado como o melhor do Brasil, por reunir mais ou menos 500 blocos carregando aproximadamente 5 milhões de pessoas, e que tem como bloco mais famoso o Cordão da Bola Preta, com 98 anos de história, teve por volta de 1 milhão de foliões pelas ruas da zona sul.

Já em São Paulo o carnaval também não deixa nada a desejar. A beleza dos desfiles das escolas do sambódromo tem a Vai-Vai, que fez uma bela homenagem a França, além da Mocidade Alegre, Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel, que trouxeram sambas fáceis de cantar e baterias ousadas. O fortalecimento do carnaval de rua da capital paulista é perceptível igualmente ao  das Escolas de Samba. Neste ano, a cidade deve contar com aproximadamente 370 blocos que devem carregar 3 milhões e meio de pessoas, atraindo pessoas de todo o Brasil e do mundo.

Em Belo Horizonte, cidade que não tinha grande tradição em carnaval, nos últimos anos vem melhorando significativamente. Neste ano de 2016, a capital mineira deve ter uns 280 blocos que agitarão aproximadamente 1 milhão e 600 mil foliões. A maioria dos blocos carnavalescos são novíssimos e que tem já milhares de adeptos, como o bloco Baianas Ozadas, considerado o maior bloco de BH, traz a cultura da Bahia para Minas Gerais.

No Nordeste o carnaval é diferenciado pelas suas condições da cultura local. Salvador é a capital dos trios elétricos, com seus circuitos, levam os hits dos principais artistas do Axé baiano, como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e o grupo Chiquete com Banana, com os artistas novatos e normalmente com músicas fáceis de cantar. Um exemplo disso é o da banda Vingadora, que tem como vocalista a jovem Tays Reis, traz o hit "Paredão Metralhadora", fenômeno da internet que já alcançou mais de 40 milhões de visitas.

Em Recife e Olinda, a festa carnavalesca é reconhecida essencialmente pelas das danças, ritmos e artistas locais. O frevo e o maracatu, os grande bonecos de Olinda, e os festejos do maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que carrega mais de 2 milhões de foliões nas manhãs de sábado na capital pernambucana, são símbolos de um carnaval regional, que não precisa ser "importado" dos grandes centros para ser interessante e importante.

Além das grandes cidades e capitais, as cidades do interior também exibem um carnaval exuberante e alegre, mesmo com a crise econômica que assola o Brasil. Sinal disso são as mais do que tradicionais Ouro Preto e Diamantina em Minas Gerais, Bezerros em Pernambuco e na Cidade de Goiás. No Brasil não existe uma falta de opções para curtir o carnval e sim em uma grande diversidade e atrativos singulares que movem essa festa tão fenomenal, que muitas vezes se esbarra na falta de infra-estrutura e organização local, mas isso na realidade é fruto
da diversidade.

Texto de Leonardo Mendonça, do Folha do Indaiá.

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