A TRADICIONAL FESTA DO ROSÁRIO DE DORES DO INDAIÁ


O maior evento religioso de Dores do Indaiá, pequena cidade do interior de Minas Gerais, vai acontecer em meados do mês de agosto, movimentando a sociedade, a economia e a cultura da fé de uma população muito devota a Nossa Senhora do Rosário. A festa ocorre em todo o município, porém é na Igreja do Rosário que os principais festejos acontecem.

Não se sabe ao certo quando os louvores a Nossa Senhora do Rosário começaram em Dores do Indaiá. O que se sabe é a criação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário em 1832 por um grupo de negros e seus irmãos escravos, fato que pode ser um dos fatores da devoção da comunidade local a Nossa Senhora do Rosário. 

Já em meados da década de 1970, foi criada a Associação da Congada de Nossa Senhora do Rosário da Paróquia de Dores do Indaiá que era internamente dividida em três bairros: Bairro Juiz de Fora, São José e São Sebastião, sendo que cada um levantava um mastro na frente da Igreja do Rosário.

Hoje, a realização fica na responsabilidade da Paróquia de Nossa Senhora das Dores (1805), que é vinculada a Diocese de Luz, e dos grupos da congada.

ESTRUTURA BÁSICA DA FESTA

> Primeiro dia: Alvorada, levantamento dos mastros e cavalhadas;
> Segundo dia: Procissão grande e missa celebrada na Igreja do Rosário;
> Terceiro dia: Passagem das coroas e pagamento de promessas;
> Quarto dia: Descida dos mastros.

A festa tem em torno de 40 ternos, ou seja, por volta de 3 mil pessoas desfilando na cidade e mais de 30 mil pessoas circulando em Dores do Indaiá, contando moradores e turistas de diversos lugares. 

A ocorrência do congado transforma o ambiente da cidade em vários aspectos. Na economia, há uma grande movimentação de recursos financeiros, seja de residentes de Dores, seja de turistas, na utilização do comércio e serviço local e também dos equipamentos turísticos (bares, restaurantes, hotéis e pousadas); no aspecto social, onde pessoas das várias partes da cidade se mobilizam entorno da festa religiosa a partir dos mesmos princípios, sejam elas brancas, negras, pardas, homens ou mulheres, idosos ou crianças; e também no turismo, cujo evento é um dos maiores impulsionadores de visitantes, destacando-se Minas Gerais (capital e interior) e também estados vizinhos, como São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.  

A importância da festa para o município foi revigorada através da institucionalização do evento como Bem Imaterial de Dores do Indaiá através do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural. Assim, mais que valores materiais atribuídos a realização da Festa do Rosário, aquilo que não é tangível, não é paupável é essencial para o fortalecimento e o sempre rejuvenecimento da festa.

ALGUNS TERNOS DA FESTA DO ROSÁRIO DE DORES DO INDAIÁ

> Bairro São Sebastião: Caixinha de Bombaixo, Congo Penacho, Contra-dança, Catupé do Reco-Reco, Catupé-Tamboril, Moçambique, Pérolas do Rosário;
> Bairro Juiz de Fora: Contra-dança, Damas de Cristal, Catupé-Tamboril, Catupé do Pandeiro, Pampas Gaúcho, Reco-Reco, Congo Vilão, Congo Real, Catupé do Congado, Moçambique;
> Bairro São José: Contra-dança, Rosas de Ouro, Caixinha e Bombacha, Estrela do Oriente, Catupé do Pandeiro, Catupé do Reco-Reco, Catupé Tamboril, Catupé Congado, Congo Real, Moçambique.

Texto de Leonardo Mendonça, do Folha do Indaiá, com informações do Dossiê de Registro Imaterial da Festa do Rosário de Dores do Indaiá. 

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