EXOTISMO E FASCÍNIO DA CULTURA MUÇULMANA DO MARROCOS EM MARRAKECH


As distâncias religiosas e de costumes, sobretudo em tempos de conflito no Oriente Médio, exercem enorme fascínio e receio aos viajantes ocidentais que se aventuram no exótico mundo muçulmano. Localizada no centro-sul do Marrocos, Marrakech é uma ótima opção para se conhecer a genuína cultura islâmica com conforto e segurança.

Na encruzilhada entre o Saara e o litoral atlântico da África, a cidade é a mais preservada de influência europeia em relação a outros pontos turísticos ao norte, como Casablanca, Tanger ou a capital Rabat. Marrakech tem também ótima infra-estrutura turística e clima acolhedor aos estrangeiros, além oferecer roteiros nos arredores que vão desde um passeio à costa, visita aos picos nevados do Atlas ou dormir no deserto.

Fundada no século XI, Marrakech teve tempos de apogeu, como a ocupação moura na Península Ibérica, alternados por guerras e invasões. Até os anos 1950, o Marrocos sofreu a influência de colonizadores espanhóis e principalmente franceses, que ainda dominam o país cultural e economicamente. Por outro lado, um traço marcante de Marrakech é sua ligação com as tribos berberes, como são conhecidos os povos nômades do interior.

Os tempos de glória muçulmana estão muito presentes nos jardins, belíssimos palácios e mesquitas, como a Kutubiyya. Seu imenso minarete pode ser visto a quilômetros de distância, enquanto logo abaixo se abre um imenso jardim com laranjeiras e palmeiras. Infelizmente, o acesso aos templos é vedado aos não-muçulmanos. A única opção de visitação ao turista é a grande mesquita de Casablanca.

COMÉRCIO, RELIGIÃO E GASTRONOMIA

Um das características mais fascinantes da cultura muçulmana é a estreita relação entre comércio e religião. O profeta Maomé, fundador do islamismo do no século VII, foi um próspero mercador em seu tempo, o que reforça vocação desse povo ao comércio. Em Marrakech, é difícil saber os limites entre fé e negócios, duas características muito frequentes dentro da Medina, o centro antigo, circundado por uma grande muralha, que era usada no passado para a defesa da cidade.

Do outro lado da Mesquita Kutubiyya nasce a praça Djemaa El-Fna. É dali que se espalha o grande mercado central, o souk. A primeira visão impressiona. Milhares de homens em roupas típicas e mulheres de véu da cabeça aos pés; músicos com macacos, encantadores de cobras, vendedores de tâmaras e charretes passando apressadamente. Os marroquinos assediam muito os turistas, mas há poucos pedintes. Todos querem oferecer alguma coisa. Embora assuste um pouco, o povo é muito cordial e assaltos são incomuns. Vale, claro, ficar sempre de olho na mochila e não expor objetos de valor.

souk se perde por um emaranhado de ruelas onde se vende de tudo. O cheiro de especiarias domina o ar e as lojas oferecem de frutas secas a víveres, passando por tapetes, cristais, cerâmica fina e joias. Em algumas partes do mercado pode-se ver os artesãos trabalhando com metalurgia ou pintura. Perder-se por ali fácil e divertido.

Com um milhão de habitantes, Marrekch é uma das metrópoles mais emblemáticas do Magreb, que compreende toda a região de domínio cultural muçulmano no norte da África. Outro traço marcante da cidade é seu trânsito frenético de motocicletas, carros velhos e carroças que obriga o visitante a ter muita atenção ao caminhar nas ruas e até pelas calçadas. Por outro lado, oferece tranquilos refúgios em praças e parques, onde os marroquinos, muito conversadores, se encontram para pôr o assunto em dia.

Há ainda uma elegante área nova, fora da Medina, o bairro de Guéliz. Ali se concentram os hotéis de luxo, novos edifícios comerciais, bares e restaurantes da moda, onde se destaca a culinária contemporânea, sobretudo de influência francesa. Marrakech atrai também o turismo cinco estrelas com enormes resorts e campos de golfe.

Além da área urbana, a posição privilegiada do seu núcleo urbano permite chegar sem dificuldade a diversas atrações nos arredores. Um itinerário imperdível, a 150 quilômetros, é a pacata cidade litorânea de Essaouira, onde se destaca um belíssimo forte português do século XVI. Ou pode-se visitar a cordilheira do Atlas, uma série de picos nevados distante a menos de uma hora do centro. Para quem busca um pouco mais de aventura, é possível ainda acampar em um oásis sob o céu estrelado do Saara. Nessa terra, os limites incertos entre Ocidente e Oriente, fé e secularismo, desafiam os estereótipos e despertam ainda mais a admiração dos viajantes. Marrakech mostra que o mundo muçulmano segue a seu próprio ritmo, como em uma longa caravana pelo deserto.

VEJA O PASSEIO TURÍSTICO EM MARRAKECH, NO MARROCOS


Fonte: UOL Viagens.

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