COPA DO MUNDO DE FUTEBOL É VITRINE PARA PRODUTOS TÍPICOS DE MINAS GERAIS

Goiabada cascão, pão de queijo, doce de leite e a cachaça artesanal de alambique abrem a corrida dos fabricantes de produtos típicos da culinária mineira atrás dos negócios que a Copa do Mundo de 2014 promete incentivar e do dinheiro dos turistas. Cerca de 250 operadores e agentes de turismo e jornalistas vão degustar, em Montevidéu (Uruguai), nessa quinta-feira, receitas tradicionais da rica gastronomia do estado, como parte da programação do Goal to Brasil, evento de divulgação das cidades-sede da competição organizado pela Embratur, autarquia do Ministério do Turismo.

A Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq) começa a trabalhar, também nesta semana, num projeto que cria edição especial da bebida para a Copa. Segundo o presidente da associação, Trajano Raul Ladeira de Lima, a ideia é desenvolver um blend com as cachaças aprovadas pela Ampaq. No fim de maio, a Vinícola Lidio Carraro, do Rio Grande do Sul, fará o lançamento nacional e uma divulgação mineira do vinho Faces, licenciado pela Fifa como o vinho oficial da Copa de 2014.

O diretor comercial da empresa, Juliano Carraro, não descarta a parceria com produtos regionais para fortalecer a estratégia da marca, que chegou há menos de um ano ao mercado de Belo Horizonte, tendo a Casa Rio Verde como distribuidor. O superintendente da rede mineira, Haendel Roberto, pretende explorar a harmonização do vinho produzido em Bento Gonçalves com os queijos de Serra do Salitre, no Alto Paranaíba.

A Forno de Minas, que está investindo na ampliação das exportações de pão de queijo da fábrica de Contagem, na Grande BH, estuda estratégias para se aproveitar das dimensões dos eventos esportivos no Brasil previstos até 2016. O presidente da empresa, Helder Mendonça, diz que a Copa do Mundo abre uma espécie de vitrine para produtos regionais como o pão de queijo e que atende apelos recentes do consumidor como alimentos sem glúten.

Além da criação de uma cachaça dedicada à Copa do Mundo, o presidente da Ampaq, Trajano Lima, quer estabelecer acordos com as secretarias estaduais de Turismo e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, da qual é conselheiro. “Como patrimônio cultural do estado, a cachaça artesanal de qualidade deve ser promovida em eventos dessa proporção”, defende.

Associar costumes e a cultura regionais a produtos típicos é uma política que favorece o desenvolvimento de marcas como as da Lidio Carraro. O diretor comercial da vinícola de propriedade familiar, há mais de cinco gerações, diz que a empresa trabalha com o conceito de produção controlada, volumes pequenos e alta qualidade. “Estamos concentrados no propósito de atender a demanda impulsionada pela Copa do Mundo, para então trabalharmos no próximo plano para não deixar as vendas caírem depois do evento”, afirma.

FOCO EM MINAS GERAIS

A família está preparada para dobrar a produção neste ano e em 2014, que hoje está ao redor de 300 mil garrafas de vinho por ano. Investimentos de R$ 600 mil foram feitos na ampliação da vinícola, como sequência do programa de expansão dos vinhedos. A produção do vinho oficial da Copa, o Faces, é alimentada por uvas de três regiões tradicionais de cultivo em Encruzilhada do Sul (Serra do Sudeste), Bento Gonçalves e Serra Gaúcha (Vale do Vinhedos) e Campanha. A família detém mais de 200 hectares, dos quais 42 estão em produção, área que deverá atingir 150 hectares.

O mercado mineiro é prioritário para a vinícola, que lançará no mês que vem o vinho licenciado pela Fifa na versão tinto. A marca exporta para 18 países e no Brasil comercializa a maior parte da produção nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em Brasília e Belo Horizonte, a empresa tem atuação recente, mas promissora, segundo Juliano Carraro. “O mercado de Belo Horizonte está amadurecendo rápido e quer saber mais sobre a harmonização de vinhos com alimentos”, afirma o diretor comercial.

Fonte: Estado de Minas.

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