TRENS TURÍSTICOS NO BRASIL

Os trens brasileiros sempre estiveram voltados para o transporte de cargas, principalmente no transporte da produção do interior para a exportação nos portos. Porém, ultimamente surgiram novas utilidades para os trens, uma delas foi à possibilidade de utilizar turisticamente esse espaço relacionando com aspectos da cultura local.


Essas iniciativas valorizam tanto a história das pessoas que trabalharam nos trens, quanto da população que estava diretamente ligada com a rota dos trens. Ela também não só valoriza os aspectos materiais, mais também todas as lembranças e recordações das pessoas que conviveram diretamente com os trens, enfatizando o sentimento de pertencimento ao lugar, de valorização da própria cultura.

De acordo com a Associação Brasileira de Trens Turísticos e Culturais (ABOTTC), apenas 10% da malha férrea do Brasil é destinada a atividade turística, sendo que essas vias eram utilizadas para o transporte de passageiros e não sendo inicialmente criadas para fins turísticos.

No país existem exemplos com relativo sucesso, como no trem a vapor que percorre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul. Ele tem o percurso de 23 km com 1 hora e meia de duração. A organização do trem promove festas nos vagões, utilizando as manifestações culturais típicas da região.

Outro exemplo é do trem turístico de Jaguariúna, no interior de São Paulo. A cidade tem sua história intimamente ligada a economia cafeeira e também á evolução das ferrovias, lembrando que a produção de café foi a primeira produção nacional que começou a gerar lucros significativos para o Brasil e colocar São Paulo como principal região econômica do pais.

Em Minas Gerais, tem o Trem da Vale, que realiza o percurso entre as cidades de Ouro Preto e Mariana, sendo inaugurada em 5 de maio de 2006 e com 18 km de extensão. O trem simplesmente liga duas importantes cidades do barroco mineiro e que já foram capitais do estado. Também há o Trem da Vale que liga Belo Horizonte a Vitória (ES), e o trem turístico de Tiradentes a São João Del Rey.

No nordeste há 17 anos, o Trem do Forró tornou-se um dos principais símbolos da festa de São João em Pernambuco. Todo mês de junho, em um comboio de dez vagões, o Trem do Forró segue do Marco Zero ao Cabo de Santo Agostinho, reunindo cerca de oito mil pessoas. O vagão é decorado com vários adereços que remetem ao forró e as festas juninas, além de ser animado por um “trio de forrozeiros”.

Em suma, a utilização dos trens como preservação e valorização da cultura local é fundamental para o desenvolvimento social e cultural da população local, tanto pela concretude, quanto pelas questão de recordação da passagem do trem e suas implicações em um espaço.

Referência bibliográfica:

MAMEDE, Douglas. VIEIRA, Guilherme. SANTOS, Ana Paula Guimarães. Trens Turísticos e patrimônio cultural: como o turismo ferroviário tem resgatado, preservado e valorizado o patrimônio cultural. Caderno Virtual de Turismo. Vol. 8. N° 2. 2008.

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